sábado, 1 de maio de 2010

Linha 2 do Metrô de Porto Alegre, segundo Políbio Braga, é farsa



A história sobre o metrô de Porto Alegre já virou farsa nas mãos do governo Lula e do PT.
Não dá para esquecer a postura impositiva da deputada Maria do Rosário nas eleições do ano passado, acusando Fogaça no horário gratuito: “Ele não quer o metrô. Nós faremos o metrô”.
Pouco depois dessas conversas fiadas na TV, Rosário foi desmentida pelo ministro Márcio Fortes, que em Porto Alegre, avisou: “Não tem metrô. Vamos apoiar os Portais”.
A história recomeçou com o PAC 2, uma sopa indigesta de projetos sem articulação entre si, eleitoreiro, que segundo o PT do RS contemplaria as obras do metrô de Porto Alegre.
Nesta segunda-feira a tarde, o presidente do Trensurb chegou a detalhar valores, percursos, datas: “Até a Copa de 2014 teremos o primeiro trecho. Vamos conversar com a prefeitura e com a governadora para examinar contrapartidas”.
Fogaça e Yeda nunca foram ouvidos – sequer foram convidados para o lançamento do PAC 2. É tudo pressa eleitoreira. Os jornais publicaram desenhos do percurso.
Agora se sabe que era tudo uma grande farsa. O metrô de Porto Alegre não foi objeto sequer do PAC 2, que trata de obras que o atual governo sequer iniciará, uma promessa para um governo que nem começou e nem se sabe sob que comando ficará.

LEIA este trecho da reportagem de Zero Hora de hoje sobre o PAC 2, porque ele exemplifica melhor a farsa:

“Ao final do evento, questionado por ZH, Bernardo recuou. De acordo com o ministro,o governo irá analisar os projetos enviados à Casa Civil antes de escolher as cidades a serem contempladas com novas linhas de trens urbanos. No total, o PAC 2 reservou R$ 18 bilhões para obras de mobilidade urbana, com prioridade para regiões metropolitanas com população superior a 3 milhões.
–Vamos negociar com cada cidade. Acreditamos que o pretendente tenha um pouco de dinheiro para fazer também – disse Bernardo.
A coordenadora do PAC, Miriam Belchior, disse que Porto Alegre conta com um projeto avançado, mas que o programa não contemplou de forma prévia nenhuma cidade. O governo só irá decidir o local das obras em junho. Fortunati adiantou que não possui recursos para contrapartida:
– Nossa capacidade de endividamento está esgotada. Se for exigida contrapartida, não vai ter metrô. Essa obra é do governo federal. Tentando desfazer as contradições, parlamentares afirmavam que há um “pré-acordo” com a Casa Civil, segundo o qual Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte iriam dividir os recursos do PAC para metrôs. Eles pretendem levar ao Estado o ministro Marcio Fortes (Cidades) numa tentativa de demonstrar compromisso com a obra.
– Dilma me disse que o metrô da Capital estaria no PAC 2 – afirmou o deputado Marco Maia (PT).
Na Casa Civil, preocupados com a repercussão negativa, assessores da ministra se limitaram a confirmar que o governo reservou verba para as obras, mas que o anúncio das cidades contempladas depende de estudo dos projetos e de eventuais contrapartidas.
O governo tampouco soube informar o volume de dinheiro disponível no PAC 2 para as 27 obras no Estado.
Entre os projetos selecionados, estão demandas históricas, como a construção da BR-470, entre Lagoa Vermelha e Barracão, o corredor hidroviário ligando Santa Vitória do Palmar a Estrela e a construção de uma segunda ponte na fronteira com o Uruguai, entre Jaguarão e Rio Branco.
Ainda, segundo Políbio:

PAC 2 não é para ser levado a sério por gente séria.

 O governo Lula bem que poderia avisar ao distinto público que o PAC 2, lançado nesta segunda-feira não é para valer.
Este governo acabou.
Nem em caso de delírio extremo causado pela ingestão desavisada de doses maciças de daime o candidato que lidera as pesquisas de intenções de votos há dois anos, o governador José Serra, cometerá o crime de levar a sério o balaio de gatos anunciado por Lula e seu avatar Dilma Roussef.
Este governo pensa que não acabou.
Lula-Dilma deixará como herança um PAC 1 que não decolou em Estados importantes como o RS. No Estado, nem uma só das 20 grandes obras anunciadas há três anos foi inaugurada.
O levantamento é da Zero Hora e você encontrará a relação atualizada clicando aqui.

PAC 2 reacende promessa do metrô


Zero Hora
29 de março de 2010 | N° 16289



Primeira fase da obra, orçada em R$ 2,72 bilhões, deve integrar o PAC 2, programa que será lançado hoje pelo presidente Lula

No pacote de obras que o governo federal lança hoje, a seis meses da eleição presidencial, há um item que interessa diretamente aos gaúchos: a possibilidade de liberação de verbas para o metrô da Capital. Deputados da bancada gaúcha afirmam que a obra está na lista de ações da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançada em Brasília pelo presidente Lula e pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

– Temos a informação de que serão destinados R$ 9 bilhões para obras de metrô em Porto Alegre, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro – diz o vice-presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT).

O PAC 2 será lançado com previsão de investimentos de mais de R$ 1 trilhão, e o anúncio será acompanhado por deputados gaúchos. A expectativa dos parlamentares é de que R$ 2 bilhões sejam destinados à obra em Porto Alegre. Cauteloso, o diretor-presidente da Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, afirma que, apesar da expectativa positiva, prefere aguardar o anúncio oficial. Mas adianta que, se confirmada, a obra deve ser executada por meio de parceria público-privada (PPP), com previsão de término em quatro anos.

O governo disponibilizaria os R$ 2 bilhões e outros R$ 724 milhões viriam do empreendedor ou consórcio vencedor da licitação, responsável pela construção e operação da linha. O modelo foi elaborado com base em estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP, contratada pela Trensurb.

– Seria uma concessão de 30 anos, com preço da passagem estimado em R$ 2,50, incluindo integração com ônibus, o que, pelos cálculos da Fipe, gerará uma receita anual de R$ 350 milhões, o suficiente para pagar a operação e garantir ressarcimento ao longo desse período – informa o diretor-presidente da Trensurb.

O projeto segue estudos iniciados pela Trensurb, Metroplan e prefeitura em 2003 e conta com duas etapas, a primeira delas terá duas fases (confira mapa). Os primeiros 15,2 quilômetros, com traçado subterrâneo, devem beneficiar 372 mil pessoas por dia.

Uma segunda etapa, sem previsão, irá até o campus da UFRGS e retornará pela Antônio de Carvalho, Protásio Alves e Manoel Elias até o Terminal Sertório, totalizando 37,4 quilômetros.

Zero Hora
29 de março de 2010 | N° 16289

Duas décadas de espera

Promessa que começou a se desenhar em 1990, o metrô na Capital ganhou força no ano passado, quando um novo traçado transferiu a linha da saturada Zona Norte para perto do Beira-Rio, estádio que receberá a Copa do Mundo de 2014, e colocou a obra entre as candidatas ao pacote de preparação para o evento. Mas o projeto foi rejeitado pelo governo federal sob o argumento de que não haveria tempo suficiente para a conclusão.

– Desde então, a negociação com o governo federal é no sentido de trabalhar para incluir a obra no PAC 2. Nossa expectativa é de que isso se confirme amanhã (hoje) – afirma o vice-prefeito e secretário Extraordinário da Copa de 2014, José Fortunati.

Com convicção de que a obra estará na lista do PAC 2, o deputado estadual Adão Villaverde (PT) deve ir a Brasília hoje representando a Assembleia.

– Já estou comemorando. Serão R$ 2 bilhões, uma obra com possibilidade de andamento por meio de parceria público-privada – afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT).

A obra

- Se confirmada a expansão do metrô em Porto Alegre como uma das obras do PAC 2, a Trensurb irá contratar uma empresa para elaborar as diretrizes arquitetônicas, técnicas, ambientais e de engenharia, além dos indicadores de atendimento da população.
- Após, será aberta licitação para a escolha do empreendimento ou consórcio que irá executar a obra e operar o sistema.
- A estimativa é de que esse processo leve, no máximo, um ano. O prazo previsto para a execução da obra é de três anos.
- Por ser obra de um programa de governo (o Programa de Aceleração do Crescimento), a verba não sofre contingenciamentos e não depende de emendas para sua liberação.
- Essa primeira fase prevê trecho de 15,2 quilômetros, que parte do Terminal Sertório (cruzamento com Assis Brasil), passa pelo Triângulo da Assis Brasil, vai até a Cairu, segue pela Farrapos, Voluntários da Pátria, Borges de Medeiros, Rua da Praia, Mercado. Pela Borges de Medeiros, o traçado vai em direção ao shopping Praia de Belas, onde há uma conversão à esquerda na Rua Marcílio Dias até Terminal da Azenha.
As promessas

1990

A Trensurb apresenta projeto de metrô em Porto Alegre com 13,3 quilômetros, do Centro até o Porto Seco. Segundo a empresa, a obra é imprescindível porque o transporte no trecho está saturado.

1997

O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e o governador do Estado, Antônio Britto, lançam em cerimônia no Palácio Piratini o edital de concorrência internacional para as obras da chamada Linha 2 do metrô de Porto Alegre. O início dos trabalhos é anunciado para maio de 1998. A obra ficou só na promessa.

2001

A prefeitura institui grupo de trabalho para acompanhar os estudos para a implantação de novas linhas de metrô na Capital.

2002

A Trensurb apresenta a versão final do seu projeto de engenharia da Linha 2.

2003

A Trensurb, a Metroplan e a EPTC dão início ao trabalho conjunto para expansão do sistema metroviário em Porto Alegre.

2006

O estudo de planejamento estratégico de Integração do Transporte Público Coletivo da Região Metropolitana de Porto Alegre é concluído e entregue ao ministro das Cidades, Marcio Fortes, ao governador do Estado, Germano Rigotto, e ao prefeito José Fogaça.

2009

Com o projeto de traçado alterado, a Trensurb busca na Copa de 2014 a chance de buscar recursos federais para o metrô. Como forma de convencimento, o metrô levaria ao Estádio Beira-Rio. Em novembro, em uma reunião realizada em Brasília, o governo federal comunicou ao prefeito José Fogaça que não liberaria dinheiro para o projeto, sob o argumento de que o cronograma de construção da linha da Copa era extenso e a obra não ficaria pronta a tempo da realização dos jogos.
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